quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sobre amores e o tempo







Era uma vez um amor à primeira vista: um Maverick azul metálico que vivia parado em uma mecânica bem no caminho pro curso de inglês. Mas carro importado é coisa cara, e então eu precisei baixar a bola e procurar uma paixão à minha altura. [Correção: um coleguinha me alertou que o Maverick não era importado. Mas ouvi isso em algum momento e acreditei na história]

Eis que um dia, nem sei bem como, ele cruzou o meu caminho: um Opala da década de 1970. Eu não sabia o ano, só sabia que queria "o que tem o farol e a lanterna redondos". Um belo dia o carro, um lindo cupê 78/79, foi comprado, um blog foi criado pra contar a história da reforma, que morreu pouco depois de nascer e levou o blog com ela.

Um tempo depois o romance (com o blog) ameaçou renascer graças à uma disciplina da faculdade, mas tudo parecia piada: humor barato, textos mal escritos e fotos com legendas toscas. O blog, claro, teve seu lado positivo. Era um bom puxador de assunto e me garantiu um estágio, olha aí.

Mas o tempo passou de novo, a carteira não veio, o dinheiro escasseou e o blog-defunto esfriou de vez. E o lance com o Opala, assim como o do Maveco, virou um caso platônico, amor não correspondido.

O Opala passou a ser item de decoração e vestuário, e ao pobre Maverick, amor original, restou batizar os Wi-fi's da minha casa e da casa dos meus pais.

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