domingo, 17 de agosto de 2008

Lições vindas do Japão

Há pessoas que olham pros quadrinhos e desenhos japoneses, respectivamente os mangás e os animes, já com a mente carregada de preconceitos. Mas mangás e animes têm muito pra nos ensinar. As lições desse post são do mangá/anime XXX Holic. No caso de XXX Holic, as lições são passadas num ambiente envolto em muita magia, mas podem ser trazidas para a nossa "realidade".

A história é sobre Watanuki, um garoto que vê "maus espíritos" que conhece Yuko, uma feiticeira que é dona de uma loja que pode realizar os desejos das pessoas (não desejos do tipo "trago seu amor de volta" ou "consiga seu emprego de volta", mas sim aqueles que têm a ver com a alma). E é Yuko quem dá as lições. As lições desse post resumem o primeiro e o segundo episódios:



  1. A primeira lição, logo no primeiro episódio é a de que nada é obtido sem que se dê algo de mesmo valor em troca. E que as coisas tem que ser de mesmo valor, não devendo haver excessos na cobrança (é muito necessário que se aprenda essa lição);

  2. Outro ponto posto em questão é a liberdade que temos de desejar coisas pra nós mesmos: nós somos livres pra desejar o que quisermos pra nossas vidas, e esses desejos podem trazer felicidade ou tristeza pra nossa vida, por isso é preciso prestar atenção aos nossos desejos porque eles influenciam nossa vida;

  3. Já no segundo episódio, em meio à história de uma jovem cujo hábito de mentir constantemente está causando paralisia, Yuko mostra que há algumas coisas nas nossas vidas que somente nós podemos mudar, independente do que as pessoas nos dizem, somos nós que temos que tomar perceber e tomar a iniciativa para promover as mudanças.

E é só o começo do anime, a cada episódio novas mensagens, e esse é só um anime de muitos, cada um deles com seu tipo de mensagens. Ao invés de julgar os animes, quem não é fã deveria tentar abrir um pouco mais a mente e dar uma chance aos japoneses e aos desenhos deles! Se ainda assim você não gostar, não há problema, mas quem sabe você não encontra uma boa distração vinda lá do oriente??

domingo, 3 de agosto de 2008

China, o yin e o yang


A jornalista Sonia Bridi publicou na Revista do jornal O Globo um texto com uma descrição geral dos hábitos e costumes chineses (tema em voga por causa das Olimpíadas). O que me chamou a atenção foi um fato já destacado pelos telejornais essa semana: a dicotomia existente na China.
Sem dúvida o governo na China é autoritário, repressor, censurador e digno de crítica. No entanto, promoveu coisas que muitos países ditos democráticos não conseguiram. Um exemplo é a promoção da saúde da população: há aparelhos de ginástica em algumas esquinas e os chineses usam muito mais as bicicletas do que os carros. Essa última característica, capitais como Paris e Londres tentam pôr em prática,tanto para melhorar o trânsito e as condições do ar quanto para tentar melhorar a saúde de seus cidadãos.
Além do incentivo à boa forma física, o governo chinês conseguiu, através de um planejamento nacional, tirar 800 milhões de chineses da miséria em 25 anos, e dentro do mesmo tempo formou-se uma classe média de 400 milhões de integrantes. É bem verdade que parte disso se deu pela exploração do trabalhador chinês mal pago e com longas jornadas de trabalho (vale lembrar que não só na China essa prática é comum). Também construi-se na China uma forte infra-estrutura urbana (o que não alcançou os campos). Quem construiu? Os próprios chineses. A China é um país que promoveu seu crescimento e desenvolvimento.
A China tem muito para nos ensinar, desde que ao olhar para ela estejamos despidos de nossos preconceitos. Mesmo os hábitos tão condenados pelos ocidentais, como escarrar no chão ou a maior atenção dispensada aos homens, têm bases teóricas na medicina ou na filosofia chinesa. E as bases teóricas são de grande importância para os chineses, que as seguem à risca e dão muito valor à educação e ao conhecimento, tidos desde os tempos de Confúcio como medidores do mérito, que é considerado fonte da ascensão social. Deste modo, uma geração não mede esforços para que a geração seguinte possa ser uma geração com melhores condições.
O que eu julgo condenável na China? A censura, as barreiras impostas às informações disponíveis na internet, o silenciamento da oposição, a exploração do homem. Práticas que, infelizmente, não são marcas exclusivas da China.
O que deveríamos aprender com a China? Deveríamos aprender a pensar mais no bem-estar geral, a lutar pelo nosso progresso, construído pelas nossas próprias mãos, a seguir regras mas principalmente, a valorizar a educação, tão esquecida no Brasil, como fonte de renovação da realidade social e promotora de melhorias para as gerações futuras.

by Alyne