terça-feira, 29 de março de 2011

Ser repórter

Curiosamente, foi há pouco tempo que comecei a me aventurar na frente da câmera do TJUFRJ, e de repente começo a ter que treinar intensamente o ser repórter, principalmente por causa de duas disciplinas da ECO. Ontem, pude ver como é ser repórter "de pé" como diz o William Bonner no seu livro, e estar in loco, vendo a notícia e tendo que passá-la às pessoas. O único problema é que a notícia me afetava diretamente quase, uma vez que o ocorrido era no prédio da minha faculdade, só não estava afetando a área onde ficam as salas nas quais eu estudo.

Ainda bem que eu optei por ler o livro de Ricardo Kotscho, "A arte da reportagem" , para a disciplina da Cristiane Costa, ou então eu estaria, mais uma vez, à beira de uma crise vocacional, pois me envolvi emocionalmente com o fato e não estou sabendo separar as coisas, a cabeça ainda não voltou ao normal.

Primeiro a revolta com a indiferença e a falta de investimentos nos prédios históricos da faculdade, não só no da Praia Vermelha; depois a demora dos bombeiros e a rapidez do reitor em chegar ao campus; em terceiro lugar, o temor de que isso seja usado para justificar o esvaziamento do prédio, sendo que não foi o uso dele como Universidade que danificou a capela. E mesmo que tivesse sido, não foi o dano na capela que causou o fogo. E a manobra política final: o destino do prédio. Símbolo da resistência estudantil e de vanguarda, não pode ser simplesmente destituído daqueles que o transformaram no que ele é. Stuart Angel estudou ali.

O que farão do prédio? Privatizar, entregando um bem público à iniciativa privada? Criar mais um museu? Não que eu tenha nada contra centros culturais, contudo não é de observadores de obras e história que aqueles corredores precisam, mas sim de gente que quer construir a história, que quer fazer algo de fato. Aquele prédio pulsa vida, e isso não pode ser mudado assim.

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