terça-feira, 15 de setembro de 2009

Eclipse Oculto


Talvez seja por estar na faculdade estudando muita teoria, muita coisa sobre comunicação, mas me pus a pensar sobre a influência da mídia na nossa sociedade e naquilo de que nos lembramos.
Perguntando pras pessoas: em que dia Farah Fawcet morreu? provavelmente muitos não saberão. Contudo de o sujeito da mesma pergunta for 'Michael Jackson', é bastante provável que muitos não errem.
Particularmente não sei em que dia o rei do pop morreu, só que o motivo é falta de interesse em gravar tal data, porém muitos o sabem e ignoram que Farah Fawcet morreu na mesma data. Eu descobri da morte de ambos pela internet, antes mesmo da confirmação da morte de Michael,sites já comunicavam a morte. Só que as mensções à morte da ex-pantera foram mínimas nos jornais, só se falava da morte de Michael Jackson, do sumiço do médico particular, do pai excêntrico, da cerimônia do funeral e do enterro. Em meio a teorias da conspiração via correntes de email nada se falou de Farah e sua luta contra o câncer. Ela simplesmente morreu, fez a passagem, deu fim à luta de anos contra o câncer terminada. E, de repente, a fama é reduzida à nada e entra no caixão junto do corpo da atriz. Farah foi eclipsada pela morte do astro do pop por não ter sido veiculada em tantos lugares. Michael foi capa de revista, tema de programas e Farah ficou de figurante.
Lenta e progressivamente deixamos de ser autores de nossas memórias e seletores de nossas prioridades, deixamos de ser autores e passamos a simplesmente assinar a obra. Viver como mero espectador não é viver, é assistir um filme e vida não é cinema, ou pelo menos não deveria ser.

2 comentários:

Lucas Conrado disse...

Pior do que a "eclipsação" (se é que existe essa palavra) da morte da Farah, foi a transformação da imagem do Michael Jackson, de um monstro pedófilo num herói incompreendido.

E a faculdade muda nossa percepção da comunicação mesmo! Espera só até ouvir de Adorno, Horkheimer e McLuhan...

Senti que o ponto principal do seu texto foi a conclusão, justamente a parte que não sei o que comentar... desculpa!

Anônimo disse...

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