domingo, 29 de março de 2015

Se eu gostasse de escrever...



Minto quase todos os dias dizendo que gosto de escrever. Se eu gostasse mesmo, escreveria por dinheiro. Leria os romances da moda, criaria um assim, daria autógrafos, palestras e apareceria na TV. Ou criaria um blog com textos daqueles que todos gostam de ler e compartilhar.

Mas eu não gosto de escrever, descobri lendo Rubem Fonseca. Sou aquele escritor que escreve porque precisa, porque não sabe viver de outra forma. Porque de outro jeito o mundo que mora em mim não transbordaria e, fatalmente, me sufocaria.

Escrevo porque algo me faz ter que pegar a caneta e marcar o papel ou bater as teclas e ver palavras surgirem na tela.

Escrevo porque, como diz Drummond, "meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores". Mas não, Drummond, nem sempre me conto e nem me dispo. Mas sempre me escrevo e me versifico para ver-si-fico melhor.

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