domingo, 3 de agosto de 2008

China, o yin e o yang


A jornalista Sonia Bridi publicou na Revista do jornal O Globo um texto com uma descrição geral dos hábitos e costumes chineses (tema em voga por causa das Olimpíadas). O que me chamou a atenção foi um fato já destacado pelos telejornais essa semana: a dicotomia existente na China.
Sem dúvida o governo na China é autoritário, repressor, censurador e digno de crítica. No entanto, promoveu coisas que muitos países ditos democráticos não conseguiram. Um exemplo é a promoção da saúde da população: há aparelhos de ginástica em algumas esquinas e os chineses usam muito mais as bicicletas do que os carros. Essa última característica, capitais como Paris e Londres tentam pôr em prática,tanto para melhorar o trânsito e as condições do ar quanto para tentar melhorar a saúde de seus cidadãos.
Além do incentivo à boa forma física, o governo chinês conseguiu, através de um planejamento nacional, tirar 800 milhões de chineses da miséria em 25 anos, e dentro do mesmo tempo formou-se uma classe média de 400 milhões de integrantes. É bem verdade que parte disso se deu pela exploração do trabalhador chinês mal pago e com longas jornadas de trabalho (vale lembrar que não só na China essa prática é comum). Também construi-se na China uma forte infra-estrutura urbana (o que não alcançou os campos). Quem construiu? Os próprios chineses. A China é um país que promoveu seu crescimento e desenvolvimento.
A China tem muito para nos ensinar, desde que ao olhar para ela estejamos despidos de nossos preconceitos. Mesmo os hábitos tão condenados pelos ocidentais, como escarrar no chão ou a maior atenção dispensada aos homens, têm bases teóricas na medicina ou na filosofia chinesa. E as bases teóricas são de grande importância para os chineses, que as seguem à risca e dão muito valor à educação e ao conhecimento, tidos desde os tempos de Confúcio como medidores do mérito, que é considerado fonte da ascensão social. Deste modo, uma geração não mede esforços para que a geração seguinte possa ser uma geração com melhores condições.
O que eu julgo condenável na China? A censura, as barreiras impostas às informações disponíveis na internet, o silenciamento da oposição, a exploração do homem. Práticas que, infelizmente, não são marcas exclusivas da China.
O que deveríamos aprender com a China? Deveríamos aprender a pensar mais no bem-estar geral, a lutar pelo nosso progresso, construído pelas nossas próprias mãos, a seguir regras mas principalmente, a valorizar a educação, tão esquecida no Brasil, como fonte de renovação da realidade social e promotora de melhorias para as gerações futuras.

by Alyne

2 comentários:

Amanda Mesquita disse...

Viva a China ^^ huahahua...
Preciso nem dizer q o texto arrasou, né?! ^^

Beju escritora favorita! =**

paula botelho disse...

desnecessário dizer que nossa democracia é pura máscara, já que somos massacrados diariamente pela corrupção de nossos incompetentes e ardilosos governantes que têm como arma principal a decadência física e mental da população. a china está longe de ser paraíso, mas eles nos superam na economia com uma receita de bolo simples que é a redução de carga tributária. por aqui isso não pode acontecer sob pena de nossos amiguinhos do poder não poderem mais usufruir de todas as suas viagens internacionais, hospedagens seis estrelas, carrões blindados, trocados em paraísos fiscais( caso dê vontade de tomar um vinhozinho de 3 mil dólares e beliscar um caviarzinho), e etc.

... e assim caminha a humanidade.
besos.