sexta-feira, 25 de abril de 2014

Essa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi(vi)

Foto: Matthew Rogers 

Tardes de inverno andando a esmo por uma cidade enquanto o vento gela o rosto, passar noites em claro... Uma música pode dizer o que pensamos, ou, no caso mais recente, elevar o meu nível de "recalque" a patamares quase estratosféricos. Não sei quem escreveu "Puedes contar conmigo", do La Oreja de Van Gogh, mas esse ser me quebrou em pleno plantão de Tiradentes.

Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça, mil desejos no coração e uma barreira enorme na frente do nariz. Essa vontade que cresce em mim fica represada sem ter para onde escoar. Uma vontade sem nome de gritar, de correr, de expandir os horizontes que já não me comportam — se é que um dia me comportaram —, de sumir uns dias sem dizer aonde fui — depois de tanto tempo "batendo cartão". Sinto saudades da liberdade que nunca tive, dos lugares pra onde nunca fui, de músicas que nunca ouvi e livros que não pude ler.

Tento viver a vida sem me arrepender das escolhas que fiz. É melhor me convencer de que não dava para ser melhor, ou passaria o curto espaço de uma vida me lamentando do que vivi. Se há sol por trás das nuvens, ainda não descobri. Se esses óculos que eu uso pra olhar pra vida são os ideais, também não sei. A única certeza que tenho é que essa falta-de-tudo me corrói o peito.