sábado, 8 de janeiro de 2011

Em 2011, eu queria aprender...

Sempre temos muito a aprender, mas algumas coisas são mais imperiosas que outras e, nesse ano que mal uecomeçou, eu gostaria de aprender 2 coisas:

1. As coisas não guardam nada do passado
2. O tempo não volta, por melhor o pior que os dias vividos tenham sido.

Não é aquele papel rabiscado que vai trazer de volta os dias de escola, não é aquele bilhete que vai fazer renascer aquela amizade, não é aquele brinde do lanche que vai te fazer se sentir bem como você se sentiu no dia em que o ganhou quando lanchou com sei-lá-quem. Nada disso tem o poder de trazer aquele tempo de volta.
E não dá para retornar e desfazer possíveis burradas. Não dá pra viver o que foi bom nem consertar o que você errou. É impossível apertar o botão "Rew" e optar por não se afeiçoar àquela pessoa que você sabe que no futuro vai te magoar, por não deixar nascer aquela amizade que será traída, a confiança que será desperdiçada.
Não importa o que você faça agora, aquelas lágrimas caíram, aqueles sorrisos foram dados. E nada mudará isso.
Por mais clichê que seja, não se muda o passado, não se pode apagar uma dor ou uma desilusão. A única saída para não enlouquecermos com isso é aprender com o que vivemos e, por mais difícil que seja, ver o que de bom as experiências ruins nos trouxeram.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Guerra e Paz

"O povo lotou o Municipal para ver os painéis de Portinari", essa foi a manchete do jornal Imprensa Popular noticiando a abertura da exibição dos painéis Guerra e Paz do pintor Cândido Portinari. O mesmo jornal narraou as impressões do porteiro que distribuía panfletos para os que entravam pelas portas do teatro naquele fevereiro de 1956. Segundo ele, "Grupos de estudantes, operários, moças, velhos, pessoas vestidas simplesmente, enfim, uma grande massa que se renovava continuamente".

Mais de  54 anos se passaram desde então, mas as cenas narradas pelo funcionário se repetiram. Filas enormes foram formadas dia após dia para ver de perto as obras que foram as duas últimas do artista paulista. A procura foi tanta que o Theatro adiou em 7 dias o fim da exposição e ampliou o número de espectadores em cada uma das sessões. Tal qual falou o porteiro em 1956, pessoas das mais diversas classes e grupos sociais estiveram presentes, diferente dos habituais trajes sociais usados em dias de espetáculo no Municipal, as pessoas foram vestidas normalmente, com as roupas do dia a dia (seguindo apenas as restrições do teatro à bermudas, tops, blusas sem manga etc.).

Os painéis, que medem 10m x 14m, levaram mais de 20 mil pessoas à platéia do Theatro. A entrada gratuito era um atrativo e a enorme fila era a única coisa que desistimulava (nos últimos dias era preciso chegar mais de uma hora antes da distribuição das senhas para conseguir uma). Para muitos, era a primeira ida ao Municipal e a arquitetura do local chamou muita atenção, disputando o deslumbre das pessoas com as obras. Muitos fotografavam as dependências do Theatro, mas a grande e real atração foram os enormes painéis.

A revelação deles foi precedida por um curto vídeo com narração de Fernanda Montenegro e do ex-presidene Luís Inácio Lula da Silva, o qual foi seguido por uma projeção artística feita diretamente sobre a obra. A projeção foi um tanto controversa, pois era muito interessante, cheia de efeitos e aos poucos revelava detalhes da obra, e foi exatamente nesse ponto que ela pecou, pois tirou um pouco do caráter de surpresa do "revelar" da obra na integra quando as luzes do palco se acenderam e foi possível ver as obras na íntegra.

Os painéis impressionam pelo tamanho, pela imponência e pela grande quantidade de informação. Por mais que se olhe, sempre parece haver um personagem ainda a ser visto, ainda não revelado, são micro-histórias justapostas na tela. Aos que menosprezam a criação alegando que, por vir depois de Guernica, bebeu na fonte desta e não é algo "inovador", a obra de Portinari responde com uma explosão de cores, mesmo na parte destinada a falar da guerra; e inova, ao meu ver, ao justapor a guerra vivida com a paz almejada. Guernica se trata de um episódio, Guerra e Paz de um evento e de um sentimento. Além das diferenças artísticas entre os dois artistas.

A obra de Portinari é belíssima, impressiona e quase hipnotiza. O pintor disse uma vez que "...uma pintura que não fala ao coração não é arte", mas desse mal, Guerra e Paz não padece, pois toca fundo com imagens como a de uma mulher com um corpo sem vida em seus braços.

Sobre as obras, o poeta Carlos Drummond de Andrade disse: "Portinari nos diz: Olha, vê bem, penetra o fundo dessas imagens, e escolhe". Qual delas estamos escolhendo pro nosso mundo?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Never

I'll never be that cool,
I'll never be that beautiful,
I'll never be that funny,
I'll never be that smart, that cute, that everything...

I'll never be someone else,
I'll never be what they want me to be,
I'll never be what people like,
I'll never be like everyone else...

I'll never be other than me.